O Brasil é um país pobre e a falta de educação financeira acaba contribuindo como um fator que atrapalha o desenvolvimento econômico.
Nessa perspectiva, confira abaixo 11 números que surpreendem sobre como o brasileiro lida com suas finanças, o que demonstra que o cenário de falta de educação financeira precisa urgentemente ser alterado.
Cerca de 62,56 milhões de brasileiros estavam endividados no mês de maio de 2021, de acordo com o Mapa da Inadimplência no Brasil, divulgado pela Serasa. Outro fator que impressiona é que o indicador apresentou queda.
O número equivale a mais de 40% da população brasileira adulta.
Há ainda um percentual de brasileiros que não necessariamente estão com o nome negativado, mas que não guardam nenhum centavo da renda auferida.
73% dos brasileiros não guardam dinheiro algum, segundo pesquisa da Acordo Certo, do final de 2020.
De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), 56% dos brasileiros que poupam preferem colocar o dinheiro na caderneta de poupança. O dado é de novembro de 2021.
O problema é que a rentabilidade da poupança perde para a inflação mensalmente desde meados de 2020, havendo ainda diversas outras modalidades e classes de ativos que protegem o patrimônio líquido em relação à perda de poder de compra.
Esse percentual é muito inferior entre investidores com renda mais alta, caindo para 12,8% dos investidores.
Outro problema da poupança é que ela apenas se rentabiliza a cada um mês completo. Então, caso você aplique seu dinheiro na poupança no dia 5 de janeiro, ela só será remunerada dia 5 de fevereiro, e, se você precisar retirar o dinheiro no dia 4 de fevereiro, perderá todo o rendimento do mês.
Além disso, e apesar da baixa rentabilidade, o estoque da poupança em outubro de 2021 foi de R$ 1,027 trilhão.
Muitos brasileiros acreditam que títulos de capitalização são investimentos, mas, na verdade, passam muito longe disso. Mesmo assim, o mercado desses títulos no Brasil ultrapassa os R$ 31 bilhões.
Consórcios também são vendidos como investimentos. De acordo com o patrimônio líquido do Sistema de Consórcios ao final do 1º semestre de 2021, ele supera a casa dos R$ 20 bilhões. O montante é mais do que o dobro em comparação com dezembro de 2016, quando ficou em R$ 9,61 bilhões.
Os itens 4, 5 e 6 mostram que boa parte do estoque de capital brasileiro está mal alocado. Isso significa que, por um lado, o dinheiro dos poupadores poderia trabalhar melhor para eles próprios; do outro, o dinheiro é mal alocado, comparativamente deixando de gerar mais inovações, emprego e renda.
Segundo o Banco Mundial, apenas 3,64% dos brasileiros economizam para a aposentadoria, um dos índices mais baixos do mundo: a média na América Latina é de 10,6%, enquanto outros países emergentes, como México (20,85%), África do Sul (15,93%) e Rússia (14,56%), apresentam números melhores. Além disso, apenas 28% dos brasileiros declaram ter poupado algum dinheiro nos últimos 12 meses, o 14.º pior índice do mundo.
As criptomoedas são novas classes de ativos que têm funcionado como hedge, uma forma de proteção de parte da carteira que tem sido indicada por assessores financeiros a depender do perfil dos clientes.
A despeito de serem inovadoras e recomendadas, integrando a chamada Teoria das Bandeiras, quase 70% dos investidores de criptomoedas no Brasil possuem renda inferior a R$ 5 mil, e 45% deles não investe em nenhum outro ativo, negligenciando uma regra básica para mitigar os riscos dos investimentos: a diversificação. O dado consta na pesquisa Perfil do Investidor de Criptomoedas no Brasil, de 2021.
Antes de investir em criptomoedas, é recomendável ter uma reserva de emergência e um portfólio de investimentos com ativos em renda fixa e, dependendo do perfil, também ativos em renda variável, como ações e fundos imobiliários. Isso diminuirá as chances de você precisar do dinheiro investido em cripto e isso o obrigar a desfazer a posição com deságio, caso naquele momento ela esteja em valor abaixo do preço médio investido no ativo, por exemplo.
Esses números não são coincidência: um dos parâmetros de avaliação da educação do Pisa é o alfabetismo financeiro, em que o Brasil ocupou a última posição entre as 17 nações avaliadas nesse quesito em 2015.
Naquele ano, a pontuação média do país foi de 393, enquanto a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) foi de 439. A nota dos estudantes brasileiros nesse quesito foi 43 pontos pior do que em matemática e leitura.
Aproveitando-se da baixa instrução financeira dos brasileiros, apenas em 2020, a Comissão de Valores Mobiliários identificou 325 suspeitas de pirâmides financeiras no Brasil, um crescimento de 75% em relação ao ano anterior. Para evitar esse tipo de fraude, é preciso melhorar a educação financeira média do brasileiro, e há bons profissionais que podem lhe auxiliar nisso!
Disponível em Instituto Liberal: https://bit.ly/3sdAI4B
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