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Há tempos venho observando um movimento comum entre marcas e ouso dizer que um novo contexto de mercado pode estar sendo formado – “Alpinista Digital”.

Esta visão nasce do já conhecido termo “Alpinista Social”, que todos conhecem e que se refere a indivíduos que investem em relacionamentos com pessoas de maior poder aquisitivo com o objetivo de chegar às classes sociais mais altas e se dar bem.

Já os “Alpinistas Digitais” poderíamos definir como sendo as marcas e pessoas que se aproximam de influenciadores e/ou pseudo influenciadores com o objetivo de tentar capitalizar de alguma forma o buzz (boca a boca) daquele sujeito.

O problema é que em geral essas aproximações são rasas e pouco planejadas e quando o influenciador em questão se envolve em alguma lacração, a marca paga um preço alto e muitas vezes irreparável.

Recentemente um grande banco brasileiro aprendeu de forma dura que ‘quem lacra não lucra’ e foi obrigado a se retratar com o setor Agro.

Este banco levou uma dura lição que a muito vem sendo dada a empresas e pessoas públicas que resolvem dar aquela lacrada nas redes sociais com o objetivo de agradar ao público do “politicamente correto” (esquerda em geral) e toda a lacrosfera que habita em seu entorno.

Para entender melhor, este banco lançou uma campanha em prol do meio ambiente e caiu no erro de dar “dicas”, entre elas, a de reduzir o consumo de proteína animal, ou seja, a carne propriamente dita.

Além de não conseguir o sucesso que esperava com a campanha, acabou mesmo provocando um dos setores mais importantes da economia – o agronegócio e teve que vergonhosamente se retratar.

Nesse contexto dinâmico fica a pergunta:

Até onde pode chegar à aproximação de uma marca com um influenciador sem que opiniões controversas gerem ruído para a empresa que o apoia?

Este é um campo de grande subjetividade e nebulosidade. Principalmente porque muitos dos criadores de conteúdo digitais têm por prática a exposição de opiniões fortes e radicais sobre sexo, drogas e política, temas que ativam sentimentos de amor e ódio quase que instantaneamente.

De fato, está cada vez mais arriscado emitir opiniões, especialmente aquelas estabelecidas sobre contextos que a sociedade em geral já estabeleceu uma linha de posicionamento

E temos ainda que considerar que uma parcela grande das coisas está polarizada, não permitindo em muitas situações e contextos outras angulações e visões. De fato, ou gosta de churrasco ou é vegano, ou é de esquerda ou é conservador etc.

A ansiedade e unidade em tema de forma não abrangente parece estar tomando conta de muitos, tornando tudo mais pobre de ideias e sem grandes espaços de debates positivos e propositivos.

Antigamente as respostas não eram monolíticas. As pessoas não faziam comentários nas redes sociais nem mandavam e-mails questionando algo, por exemplo.

Hoje, o consumidor ganhou canais para reclamar das coisas. O “cancelamento” que a gente vê hoje é fruto do espaço que todos têm. As pessoas aprenderam a reclamar para além do razoável.

Agora agridem para fazer valer sua visão.

Não permitem o contraditório em suas vidas e procuram esmagar o que não bate com sua visão e/ou interesses.

Por esse motivo penso que as marcas devem apoiar influenciadores com muita, mas muita cautela.

As marcas que vão ser lembradas por seu posicionamento inclusivo vão ser aquelas que conseguirem mostrar que podemos evoluir como sociedade sem apontar dedo para o que é certo ou errado.

Empresas devem resolver problemas e mais do que nunca quem lacra não lucra.

Por Alexandre Motta15/02/2022 – Disponível em Dynamic Mindset: https://bit.ly/36MVv81

 


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