O dólar comercial teve nesta terça-feira (02/07/2024) a sexta alta consectuiva, terminando o dia vendido a R$ 5,6652. A alta da moeda americana afeta diretamente o bolso do brasileiro já no curto prazo.
O mercado financeiro acompanha a rixa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Banco Central brasileiro, chefiado por Roberto Campos Neto. Nesta manhã, Lula voltou a criticar a atuação do BC em relação à subida da taxa de câmbio e disse que o governo precisa tomar alguma atitude para conter a escalada da moeda americana. No Brasil, as preocupações com as contas públicas e a política monetária dominaram as discussões, especialmente após o Banco Central aumentar a previsão do dólar para este ano para R$ 5,20. As projeções de inflação também subiram para 4%, marcando a oitava semana consecutiva de revisões para cima.
Além disso, o movimento do dólar foi impulsionado pelo avanço nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, os “treasuries”, no mercado internacional.
Impacto pode ser sentido no curto e longo prazo. É o que dizem analistas ouvidos pelo UOL. Os preços de produtos importados são os primeiros a serem afetados, mas a desvalorização do real pressiona a inflação geral da economia brasileira em efeito cascata.
Importados ficam mais caros. Isso porque as importações são negociadas em dólar, e os efeitos já podem ser sentidos em menos de um mês. O pão e o macarrão encarecem, já que o trigo, da farinha, é importado do exterior.
Até a gasolina fica mais cara. “Apesar de ser um grande produtor de petróleo, o Brasil não possui capacidade de refino suficiente para atender a demanda interna por combustíveis, importando quase toda a gasolina consumida no país”, diz Matheus Pizzani, economista da CM Capital.
Viagens ao exterior pesam mais. Com mais reais para comprar um dólar, o orçamento inicial pode ser comprometido. “Uma viagem para o exterior mal planejada poderá ser adiada, pois os custos aumentam com relação a meses atrás”, diz Anilson Moretti, head de câmbio da HCI Invest.
Oferta interna cai.
Com o real desvalorizado, produtores optam por exportar suas produções para lucrarem em dólar, que vale mais. O mesmo acontece com os investimentos.
Margem de lucro das empresas é reduzida.
Com preços mais caros o custo de produção também é elevado, reduzindo as margens de lucro, isso pode levar ao aumento do preço final para os consumidores. Além disso, com alta nos preços, a indústria também corre o risco de ter que lidar com a formação de estoques indesejados de produtos por conta da falta de demanda.
Inflação é pressionada para cima.
“O aumento dos custos e dos insumos corrói a competitividade das empresas brasileiras de uma forma geral”, diz Moisés Jardim, da Fundamenta Investimentos. A médio prazo a queda no investimento faz com que as empresas percam produtividade e competitividade.
Juros também podem ser afetados.
“O aumento da inflação pode fazer com que o Banco Central adote uma política de juros mais restritiva, com o aumento da taxa Selic. Tudo isso acaba afetando a capacidade de crescimento do país”, diz Jardim.
Do UOL, em São Paulo
02/07/2024 10h45
Disponível em Uol Economia: https://bit.ly/3Liwkvf
“O fim da inflação: propostas anarcocapitalistas para resgatar a economia de uma nação em crise” – Javier Milei (Autor)
“O presidente, o papa e a primeira-ministra: a parceria que venceu a guerra fria” – John O’Sullivan (Autor)
“Inflação como Delito” – Ricardo M. Rojas (Autor)
“A Libertadora: uma Constituição para o Brasil” – Luiz Philippe Orleans e Bragança (Coeditor), Ton Martins (Autor)
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