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Educação financeira só será possível com ação conjunta do mercado e do governo. Apesar de avanços, resultados não são imediatos

superendividamento é um problema crônico no Brasil e vem sendo tratado com prioridade pelas principais instituições que atuam na defesa do consumidor. De acordo com dados do Serasa, existem hoje 69,8 milhões de inadimplentes no País. Ao todo, são 247 milhões de dívidas, que somam R$ 311 bilhões. Pela gravidade do tema e visando contribuir para o debate, A Era do Diálogo trouxe o painel “Superendividamento: por que a educação financeira não dá certo no Brasil?”

A resposta é que, na verdade, a educação financeira “ainda” não “deu certo” no País, com destaque para o “ainda”. Amaury Oliva, diretor de Sustentabilidade, Cidadania Financeira, Relações com o Consumidor e Autorregulação da Febraban, é categórico em afirmar que os problemas de superendividamento e o desafio de conseguir implementar uma educação financeira não são um privilégio só do Brasil. Segundo ele, uma pesquisa do Banco Mundial feita em 2017 em 150 países mostrou que 46% dos consumidores não conseguiriam arcar com uma despesa inesperada.

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“Não acho que a educação financeira não funciona aqui. Acho que a gente tem um trabalho e um objetivo que é fazer funcionar. Vejo muitas melhorias ao longo dos últimos anos. Há 10, 15, 20 anos nem se falava sobre o assunto. É claro que não há bala de prata, dependemos de uma ação conjunta do mercado e do estado para fazer dar certo. Essa é uma responsabilidade de todos nós”, defende Amaury.

Os desafios da educação financeira

Apesar dos avanços, como os citados pelo diretor da Febraban que incluem ainda a inclusão de educação financeira na grade escolar e o aumento de influenciadores falando do tema nas redes sociais, os participantes do painel ressaltam que os desafios são enormes. O próprio mediador do debate, Guilherme Farid, advogado e professor, destaca que é difícil falar em planejamento para pessoas que estão pensando em subsistência.

“Quando falamos em superendividamento estamos falando de pessoas que estão no nível de não ter dinheiro para comer, para a própria subsistência. Como educar e dizer onde ela deve gastar ou não gastar?”, questiona Farid.

Lula eleva para R$ 600 mínimo que bancos não podem tomar de superendividados | ..:: SINDJUF-PA/AP ::..

Adriana Papafilipakis, ouvidora do Grupo Santander Brasil, associa a questão a um problema ainda mais estrutural do País: o acesso à educação básica. A executiva diz que é difícil falar de educação financeira, quando existe uma situação ainda mais grave na retaguarda e que não se resolve do dia para a noite.

“O crédito é muito importante na vida das pessoas e 80% do público adulto hoje é bancarizado. Existe uma opção grande no mercado, muita concorrência. Poder escolher da melhor forma depende de ter o nível de informação adequado. Estamos evoluindo. Os próprios apps trazem informações, alertas, detalhamentos de comportamento. Mas, a construção da capacidade de fazer boas escolhas é gradual. A educação financeira é um processo de médio a longo prazo”, afirma a ouvidora do Santander.

Para Marcela Gaiato Martins, diretora de Produtos B2C, Marketing e Atendimento ao Cliente do Grupo Recovery, o superendividamento e a baixa educação financeira dos brasileiros são problemas crônicos e de difícil solução.

De acordo com Marcela, no Recovery  percebe-se que cada dia mais chegam clientes com uma dívida nova, coincidente com a dívida anterior. “Tem solução, mas exige mais cuidado com as pessoas e a quebra do tabu que é falar de dinheiro e dívidas no dia a dia no Brasil”, acredita a diretora.

Marcela opina que, entre os desafios estão também questões culturais, do brasileiro não ter o hábito de se planejar financeiramente para o futuro, e principalmente econômicas, que impedem que a população consiga fazer reservas. “As pessoas não tem dinheiro para fechar o mês, estão correndo atrás de bicos para conseguirem uma renda extra. É difícil para essas pessoas conseguirem parar e pensar em educação financeira”, reflete Marcela.

Ação conjunta e quebra de estereótipos

Quanto maior é o desafio, maior deve ser a força para conseguir superá-lo. É exatamente esse o caminho para avançar em educação financeira no País. Mesmo com todas as dificuldades, se cada uma das partes assumir a responsabilidade, o resultado certamente será positivo. Amaury, da Febraban, reforça que mercado e governo devem ter a clareza de que precisam agir em conjunto para solucionar o problema do superendividamento.

É preciso educação financeira, mas de acordo com o diretor da Federação, é dever dos bancos fazer uma oferta de crédito responsável. A Febraban tem trabalhado nesse sentido, orientando os bancos a firmarem compromissos públicos que garantam isso. As medidas também incluem o cumprimento de normas presentes na auto regulamentação da Febraban sobre regras de publicidade e ofertas; transparência nos custos, riscos e prazos; além do envio de alertas ao consumidor quando a tomada de crédito pode comprometer o valor considerado como mínimo existencial.

“É fundamental a parceria com o poder público. A Febraban tem feito vários projetos com o Banco Central, como estudos e pesquisas que ajudam a entender o cenário que estamos vivendo, e o desenvolvimento de uma plataforma de educação financeira com cursos gratuitos”, conta Amaury.

Um outro importante passo para avançar na construção de uma cultura de educação financeira no país é a quebra dos estigmas associados às pessoas endividadas ou superendividadas. O Recovery tem como lema transformar a dívidas em recomeços. Para não cair nos estereótipos e priorizando sempre o princípio da boa fé, o grupo fez muitos testes e ouviu os clientes para entender o que de fato seria essa “transformação para eles”.

Marcela conta que a primeira experiência foi permitir que após pagar a dívida, os clientes pudessem acessar um novo crédito. Alguns quiseram, outros não. Não era bem isso que eles buscavam. A segunda tentativa foi de criar uma jornada de educação financeira, enquanto o consumidor ia quitando a dívida, mas os resultados também não foram os esperados.

“O que a gente conclui é que, na verdade, para cada pessoa o recomeço é um, a transformação é diferente. Tem quem queira se livrar da dívida para conseguir pegar um novo crédito, porque é assim que ela leva a vida e tudo bem. Tem aqueles que querem terminar de pagar o mais rápido possível porque nunca mais querem ter uma dívida na vida e vão começar a se organizar do zero. Enfim, cada um responde a um estímulo diferente”, descreve a diretora do Recovery.

Disponível em Consumidor MOderno: https://bit.ly/4hruNBI

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