Se você é jovem e acredita que terá uma aposentadoria garantida, é hora de repensar essa ideia. Se não faz parte do regime próprio de previdência (ou seja, não é servidor público), sua aposentadoria dependerá do regime geral da previdência social (INSS). E as perspectivas não são animadoras.
Passamos por várias “reformas previdenciárias”. Em cada uma delas, o argumento foi o crescimento da expectativa de vida (verdade, estamos vivendo cada vez mais) o que gera despesas incompatíveis com aquilo que é arrecadado em termos de contribuições previdenciárias.
Um bom sistema previdenciário deveria funcionar arrecadando contribuições de empregados e empregadores para aplicar esses recursos por longos anos (fase de acumulação) e finalmente possibilitar o pagamento de aposentadorias e pensões. Porém, no Brasil, os valores arrecadados das pessoas que trabalham são imediatamente utilizados para o pagamento das aposentadorias. Como temos um grande crescimento da população em idade de aposentadoria, podemos prever que outras reformas previdenciárias virão. O que está ruim, vai piorar. Novas leis determinarão mais anos de trabalho e menores valores recebidos por aposentadoria.
Quem está trabalhando com “carteira assinada”, ou contribui individualmente para o INSS, certamente receberá uma aposentadoria pequena. Um salário mínimo para a grande maioria. Mas o que acontecerá com aqueles que hoje trabalham e não são contribuintes do INSS ? Trata-se de futuro incerto.
Não tem segredo. A solução é acumular reservas durante a vida ativa, para usar no momento da aposentadoria. Se você viu o seu avô aposentar-se com 50 anos, saiba que você terá que trabalhar muitos anos mais, para aumentar o período de acumulação.
Para decidir sobre a solução, você deve estudar um pouco sobre o mercado financeiro (o Brasil tem produtos financeiros sofisticados) e entender a dinâmica dos juros compostos (juros sobre juros).
São aqueles onde a cada período definido somamos os juros ao capital, sucessivamente.
Exemplo: vou aplicar R$10.000,00 durante 5 anos, com juros anuais de 6%.
10.000,00 + 600,00 = 10.600,00
10.600,00 + 636,00 = 11.236,00
11.236,00 + 674,16 = 11.910,16
11.910,16 + 714,61 = 12.624,77
12.624,77 + 757,49 = 13.382,26
Se essa aplicação continuar por 40 anos, teremos R$ 102.857,18
Agora podemos explicar porquê escolhemos a taxa de 6% ao ano, para o nosso exemplo. Vivemos num país com tradição de inflação e taxas de juros altas. Por aqui, podemos obter anualmente, rendimentos que superam a inflação, aplicando em renda fixa. Então, simulamos um investimento que, na média, superou a inflação em 6%, a cada ano. É uma simulação. Há garantia? Não. Porém, o INSS que temos hoje também não é garantia de um futuro com segurança financeira.
No exemplo acima, provamos que um valor de R$10.000,00 hoje, pode valer R$ 103.000,00 em 40 anos e esse é o segredo da aposentadoria com administração pessoal. Quanto maior o investimento durante a vida laborativa, maior será a aposentadoria. Não tem milagre. Se você ganha R$2.000,00 por mês vai ser difícil aposentar-se com um salário de R$ 15.000,00. Então, pense em acumular reservas compatíveis.
Agora, vamos simular um investimento. Um jovem de 18 anos começou a trabalhar e pretende aposentar-se com 60 anos. Então, ele vai contribuir por 42 anos (504 meses) para a sua aposentadoria. Contribuindo com R$300,00 mensalmente e mantendo uma rentabilidade anual de 6% acima da inflação (IPCA) ele poderia acumular R$ 650.657,81 para a sua aposentadoria. Trata-se de um exemplo simples. Esperamos que os salários de um profissional sejam crescentes. Logo, suas contribuições para a formação de reservas financeiras também cresceriam, anualmente.
Se você quer saber quanto precisa contribuir para ter aposentadoria que planeja, você pode usar nosso simulador de aposentadoria:
Muitos analistas do mercado financeiro consideram razoável sacar 4% das suas reservas, a cada ano, como forma de aposentadoria. Então, no nosso exemplo, o aposentado poderia sacar R$26.026,31 todo ano, em 12 parcelas de R$2.168,85. Sacando esse percentual, as suas reservas continuariam a crescer, porém num ritmo menor. Mas, a aposentadoria seria mantida indefinidamente.
Tudo funciona de forma proporcional. Quem constitui reservas maiores, terá uma aposentadoria melhor.
Sabemos que trabalhar e ganhar dinheiro não é fácil. Mas sabemos também que o fim da vida sem renda não é uma situação desejável. Então, é importante ter disciplina. Quem gasta mais do que ganha não pode empreender um projeto de aposentadoria por conta própria. Vai ficar submetido à regra do INSS vigente na época da sua aposentadoria. E essa regra, não vai melhorar. Pelo contrário, a expectativa é de que só piore.
Tenha um objetivo. Evite as distrações. Evite que outras necessidades levem o dinheiro da aposentadoria. Você precisa de um carro? De uma casa? De uma viagem? Claro! Mas você não deve usar o dinheiro da aposentadoria para isso.
Primeiro é preciso conhecer um pouco do mercado financeiro. E também conhecer-se. Quem é disciplinado financeiramente, poderá escolher investimentos variados no Brasil e também no exterior. Uma carteira de investimentos com renda fixa, ações, fundos imobiliários e ações no exterior pode ser altamente rentável e segura. Quem não tem disciplina poderá aplicar no Tesouro Direto Renda + ou em previdência privada. Cada escolha resultará numa consequência com riscos e rentabilidades variadas.
No Brasil, a escola é voltada para transmissão de conhecimento sobre temas muito variados. Estudei física, química, matemática, ciências… Aprendi sobre uma variedade de temas que hoje me ajudam na compreensão do mundo. Mas nunca tive uma aula de finanças. Ou seja, sem a educação financeira, que desenvolvi posteriormente, eu ganharia dinheiro com o meu trabalho e perderia boa parte desses recursos não aplicando os mesmos, ou aplicando mal.
Então, obtenham conhecimento sobre o mercado financeiro. A internet está cheia de cursos e informações gratuitas.
Não fiquem “nas mãos do governo”. Hoje não existem boas aposentadorias pelo INSS. A maioria dos aposentados recebe, como renda, um salário mínimo, ou pouco mais. E mesmo prometendo pouco, não há garantias quanto ao futuro. Então, seja o dono do seu futuro!
Disponível em Educando seu Bolso: https://tinyurl.com/2d4szmjn
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