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Taxa de desemprego volta a cair, mas juros altos e economia global devem mudar cenário em 2023.

Índice de desocupados recuou para 8,7% no trimestre encerrado em setembro, aponta IBGE
Por: Gabriel Bosa
OUTUBRO 27, 2022

 

Os dados do mercado de trabalho divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) do trimestre encerrado em setembro trazem leituras distintas. Em um viés mais otimista, o rendimento médio dos trabalhadores voltou a crescer pela primeira vez após mais de dois anos, resultado da queda a inflação registrada no período.

Já sob uma ótica mais cautelosa, a queda na taxa de desocupados em ritmo menor do observado no trimestre anterior indica um quadro de desafio para a manutenção da geração de emprego a partir de 2023. Como principais entraves, analistas apontam a desaceleração da economia global e a manutenção dos juros domésticos em patamares elevados.

A taxa de desemprego recuou para 8,7% nos três meses findados em setembro, a menor desocupação desde junho de 2015, segundo dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) publicados nesta quinta-feira (27).  Nos três meses encerrados em agosto, a taxa havia fechado em 8,9%.

O contingente de ocupados atingiu 99,3 milhões de pessoas no terceiro trimestre, um crescimento de 1% na comparação com o período entre abril e junho. Já a população desocupada chegou ao menor nível desde o trimestre terminado em dezembro de 2015, caindo 6,2% (menos 621 mil pessoas) em relação ao segundo trimestre 29,7% (menos 4,0 milhões) no acumulado do ano.

Cenário menos favorável em 2023

O cenário positivo para o mercado de trabalho não deve perdurar a partir do próximo ano, em um cenário de perda de fôlego da economia mundial e aumento coordenado dos juros nos Estados Unidos e na Europa.

Já no cenário interno, a manutenção da taxa de juros acima dos dois dígitos até o primeiro semestre do ano que vem deve continuar sendo um entrave para a expansão da economia, se refletindo também no ímpeto dos empresários em abrir mais postos de trabalho.

“Essa situação muda de figura a partir do ano que vem, quando o mercado de trabalho começa a sentir os efeitos defasados da desaceleração da economia global e dos juros altos”, afirma Felipe Salles, economista do C6 Bank. “Nossa expectativa é que a taxa de desemprego volte a subir moderadamente, terminando 2023 em 9,2%. Pelas nossas estimativas, a taxa encerra 2022 em 8,1%”.

Na mesma opinião, Patrícia Krause, economista-chefe da Coface, afirma que o esfriamento da economia global vai diminuir a demanda por commodities, o que impacta frontalmente nas atividades econômicas brasileiras.

“Teremos um cenário menos favorável como um todo. É difícil cravar, mas podemos ter uma tendência de alta do desemprego no começo do ano”, afirma.

Com uma visão menos pessimista, Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, afirma que as previsões para a economia do ano que vem mostram que o mercado tende a se mostrar resiliente, apesar dos desafios globais e domésticos.

“Ano que vem teremos um crescimento econômico menor, mas vamos continuar crescendo”, diz. “Não vejo um cenário negativo para o emprego, mas menos favorável em comparação com esse ano”.

Renda real sobe após dois anos

O rendimento real dos trabalhadores atingiu R$ 2.737,00, o primeiro crescimento nas bases trimestrais e anuais desde os três meses encerrados em junho de 2020. Na comparação trimestral, a alta foi de 3,7%, enquanto em relação ao ano passado houve aumento de 2,5%.

A despeito do dado positivo, Agostini explica que o movimento é reflexo da desinflação registrada no terceiro trimestre, o que faz sobrar mais dinheiro para as famílias, e não por um aumento real dos salários.

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) caiu 0,29% em setembro após registrar recuo de 0,36% em agosto e 0,68% em julho. O trimestre deflacionário foi resultado da queda do preço dos combustíveis após a intervenção do governo no corte de tributos, além da queda do preço do petróleo no mercado internacional.

Apesar de a prévia da inflação ter apontado alta de 0,16% em outubro, a desaceleração do índice no acumulado de 12 meses deve manter o saldo positivo para a renda dos trabalhadores. “Ainda temos uma renda real muito baixa. Nos próximos meses, a renda pode ficar positiva porque temos uma inflação que está em queda”, diz Agostini.

Disponível em Trade Map: https://bit.ly/3tddhta

 

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